Publicado por Rodrigo Sayeg em 07/07/2023.
Às vezes nos pegamos imaginando, como seria poder viver uma vida completamente diferente da nossa. Nossa vida, permeada de escolhas necessariamente implica em frustrações, desafios, consequências e eventos que não poderíamos prever.
Mas e se tivéssemos a oportunidade de viver uma vida completamente diferente, cujas nossas escolhas pudessem ser mudadas, no qual nosso esforço fosse apenas de montar a estratégia dessas escolhas, apenas dependendo da sorte do algoritmo?
Esse é o mundo da second life, um ambiente virtual e tridimensional que simula a vida real e social do ser humano através da interação entre avatares.
Foi criado em 1999, lançado em 2003 e é mantido pela empresa estadunidense Linden Lab.
No início dos anos 2000, o Second Life causou furor com sua proposta revolucionária de levar para o meio digital a rotina, atividades e relacionamentos que se tem na vida real. Teve recordes de acessos, girou milhões de dólares, empresas abriram “filiais”, tinha sistema financeiro, negócios imobiliários e até uma moeda digital própria.
Soa familiar não é mesmo?
Só que infelizmente não ficou por muito tempo. Em razão de diversos acontecimentos negativos, desregulação das transações financeiras, operações ilícitas e até crimes, o Second Life praticamente desapareceu. Paralelamente, o ritmo do desenvolvimento tecnológico e a ascensão das redes sociais, redirecionaram os usuários para outras plataformas.
Muito comumente temos as inovações dos mundos dos jogos, até o metaverso que vem aí, mas as pessoas às vezes acham que estamos no mundo fantasioso, onde tudo pode, no qual conseguimos fugir dessas frustrações, desafios e consequências.
Não é bem assim, se chama de realidade virtual pois, apesar de virtual, não deixa de ter impactos reais na sua vida e na vida de todos os demais usuários. Não é mais um joguinho, virou efetivamente uma comunidade na rede.
Talvez o second life não morreu… talvez, ele só virou tão presente quanto a primeira vida que vivemos, ao ponto de esquecermos de que não tem como ter duas vidas ao mesmo tempo.