Quantos de nós já não ouviram que “os jovens são o futuro do país”? Conforme o Estatuto da Juventude, Jovem é aquele que se encontra na faixa etária de 15 à 29 anos de idade. Assim, a reflexão sobre o papel do Jovem e esse tipo de pensamento são razoáveis considerando que 42,3% da população brasileira tem menos de 30 anos e, dentre eles, está quem está escrevendo para você caro leitor.
Porém, ao mesmo tempo citando Charlie Brown Junior “Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério. O jovem no Brasil nunca é levado a sério”.
Curioso não? E este sentimento de não ser levado a sério é o de muitos jovens, conforme demonstrou o índice do bem estar econômico do Instituto do Capitalismo Humanista na cidade de São Paulo de 2020, no qual a faixa demográfica dos jovens apresentou a maior nível de desconfiança no governo, nos bancos e nas empresas.
E porque será isso? Será porque a geração e nossos valores mudaram? Será porque a internet mudou nosso sentimento quanto ao mundo? Ou porque realmente o jovem no país não é mesmo levado a sério? Podem existir inúmeras respostas para essas perguntas, porém, pelo menos na visão deste colunista que vem se apresentar para você caro leitor, é porque o jovem assusta com sua capacidade de ser o sonhador e visionário com todo o vigor da idade. Justamente por isto que, na história da humanidade, estudantes e jovens foram cruciais para a mudança no mundo.
De fato, ao fazer o meu Mestrado nos Estados Unidos, me deparei com o fato de Alexander Hamilton, um dos pais da Nação Norte Americana, ter 21 anos quando assinou a declaração de independência. Ao estudar na PUC de São Paulo, vi o legado de inúmeros jovens que abriram mão de sua liberdade e até mesmo vida para lutar pelo direito e liberdade de terceiros. Basta citar alguns exemplos de movimentos nos quais jovens carregaram a bandeira: os caras pintadas, as manifestações dos vinte centavos, o movimento contra corrupção, o black lives matter movement nos EUA. Enfim, a lista é quase infinita dos movimentos no qual a participação dos jovens foi decisiva ao buscar um mundo melhor, mais justo.
Uma das pessoas mais influentes desta década é Greta Thunberg, uma moça de 16 anos que decidiu enfrentar os lideres das maiores nações do mundo para lutar pela preservação do planeta.
Porém, cada vez mais, nesse mundo que vivemos, o vigor e o idealismo do jovem vem sendo esvaziado. O jovem se encontra com medo de enfrentar o mundo. Pela primeira vez na história parece que o jovem está escutando aqueles que falam que ele não tem que ser levado a sério. E como não? Dificuldade de ingresso no mercado de trabalho, ausência de perspectiva, desigualdade social, pobreza, falta de segurança, crises econômicas, sem falar na pandemia que nos assola.
O Mundo deixou de ser a terra da oportunidade e virou a terra do medo. Parece que não há mais pelo o que sonhar.
E por isso quis escrever está coluna, para tentar recuperar esse espirito jovem e através do capitalismo humanista, estimular a sociedade, especialmente o jovem, a tentar mais uma vez recuperar aquele espirito revolucionário para enfrentarmos esse cenário tenebroso, como muitos outros fizeram antes de nós. Está na hora de sermos jovens mais uma vez e mudarmos o mundo para melhor.
Coluna publicada na terça-feira, 30 de março de 2021, no Jornal Diário de S.Paulo.