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Qual o significado da morte?

Será que significa o silêncio absoluto? O apagar das luzes? O fim irreversível?

Sob o ponto de vista espiritual, será que com a morte tudo se acabou? Ou, será que a morte é o apogeu da alma? Será que a alma é eterna e por ela vamos para ou- tra dimensão? Será que a morte é libertação e a passagem para uma existência celestial em perspectiva na face da luz de Deus?

Concretamente não sei as respostas, entretanto tenho uma fé inabalável no Evangelho de Jesus e nas orientações da Bíblia.

Jesus disse, “sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá”.

Justamente por isso que a morte não me intimida, porque, ao meu sentir, ela é um portal que me aproxima de Deus.

Para cada um de nós existe uma missão que considero um plano de Deus. Um determinismo que vem do universo em face de todos individualmente, que nos convoca a cumprir nosso papel perante a vida e dá sentido a ela.

Isto, objetivamente, edifica nossa vida terrena. Assegura a herança deixada por nós que é a essência de quem nós somos, aquilo que passamos para nossos herdeiros. Todavia, nossos legatários não são apenas os nossos filhos, mas, também, o nosso povo, a nossa pátria, a humanidade e o próprio planeta.

Então, a morte, na razão do espírito, é um marco decisivo do encerramento de uma era e o desabrochar daquilo que está por vir.

A morte é o dia da prestação de contas quanto à obrigação de cumprir o nosso papel na vida terrena.

A Páscoa simboliza que Jesus nos ensinou a vencer a morte, se elevar a Deus e a deixar aqui o melhor dos legados.

Neste contexto, flertar com a morte é uma benção, pois nos lembra dela, da pequinês da vida terrena e de que devemos deixar edificado o nosso legado para o momento de nos explicar perante o Criador.

Se encararmos positivamente, ao se flertar com a morte, isto nos fará pessoas melhores, mais humanas e conscientes de que, no plano celeste, iremos prestar contas, e, na perspectiva da carne, remanescerá o nosso legado.

Nestes tempos sombrios, de milhares de mortes diárias e ameaça dela a todos, convido cada um à consciência de que devemos pensar nas contas a prestar e no legado que deixaremos em prol de um humanismo universal para um mundo melhor.

Portanto, vamos reagir à ameaça da morte. Recebida com naturalidade e segurança crescente, sua ameaça só orienta e dignifica a nossa luta diária em prol de todos e da iluminação de nós mesmos.

Que venha!

Para o Tio Vicente, desencarnado dia 3 de abril de 2021.

Coluna publicada na terça-feira, 06 de abril de 2021, no Jornal Diário de S.Paulo.

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